''Fechar-se não está com nada , as pessoas são sempre o que de melhor existe .''
(Caio F. Abreu)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um gosto de escrever

Com um riso agradeço em palavras simples, o presente de alguém que com muita paciência lê e descobre intimidades com as minhas palavras por vezes mudas e outras tantas, confusas. A Dani (Soliloquiando 2), que assim como eu escreve sobre seus sentimentos e com tanta verdade um agradecimento verdadeiro e retribuo o fato de gostar de suas palavras. E assim como me foi presenteado, presenteio mais 10 escritores ao qual gosto de seus textos e me tragam de certa forma uma mensagem importante com cada um deles.

Entrego-lhes, então:
Apartamento 404
cantodedetalhes
Estúdio Treze
FatosemPalavras
Liquidifica-a-dor da Vida
Minhas Cores
Molhe-se
Sutilmente
Termos e Ternos
ébrio

Um beijo e uma gota de admiração por cada um deles. Desejo que tenham sempre a vontade e a criatividade para que escrevam com a alma e pensem para todos os que leiam uma paz ou um tormento necessário para que tenhamos a necessidade de ler todos os dias textos ou poemas de tão bom gosto.

Em especial, por um sentimento de admiração mando uma dedicação do selo ao Apartamento 404, que estou sempre visitando-o e cada vez mais impressionada com a "mobília" que ali se encontra. Também ao Molhe-se que, sinceramente, sinto-me refrescada e pura quando chego até lá e molho-me.


Obrigada e beijos.
Sinto-me feliz por ter pessoas que se importam ou simplesmente se identificam com as palavras ditas aqui.
Até logo, bem logo.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

tua falta minha lágrima

me perdi sem teus olhares
esqueci os meus caminhos
me desfiz dos teus pesares
e aos berros pedi abraços

nos teus braços me refaço
faço forte faço rimas
faço amor e carícias
no teu corpo faço vida

agora te procuro e busco
no caminho até o amanhã
encontrar um amor feito sonho
assim como o nosso, ímã.

sei que sonho e te invento
para que perto te tenhas
para que eu sinta o teu reflexo
e para que, novamente, me sorrias

peço, por favor, me ouça
não se incomode com as angustias
e muito menos com as lamúrias,
pois é assim sem ti


terça-feira, 27 de abril de 2010

Um caminho ao mesmo destino

Estou tonta, minha mente gira e gira, aqui tudo passa. Tudo vai e nada fica. Um dois e três e vejo-me todos os dias em mais uma cama-de-gato. Torno-me pequena em meio aos pensamentos que me enrolam a cabeça e fazendo-me lacrimejar. Não sejamos tolos, eu sei que iludo a mim mesma. Sei que não há realidade nas minhas fantasias e uma vez sonhei assim: Hoje, encontrei uma pessoa maravilhosa que me mostrou o real significado de gostar, amar e sentir o arrepio e as famosas borboletas no estômago. Ele, fez com que eu sentisse algo que só pensava em sonhos. Eu encontrei aquele amor dos sonhos de fada. Não chegou em um cavalo branco, chegou como um moço normal, de carro e com um bouquet de flores nos braços e um sorriso. Lindo. Desta forma, foi ganhando esse órgão que insiste em deixar de lado o meu superego. Tem vontade própria e eu, como uma boa cerva, acatei sua decisão com um pouco de resistência por já ter sofrido um tanto. Fui. Entreguei.– Sonhei.E tudo não passou de um belo sonho de uma mulher cansada de ilusões e decepções. Tenho que me conformar, essas coisas de amor, paixão, homem ideal não são para mim. Eu sei, não sou a única. Lamento pelas outras pessoas também. Ser sozinha é tão cansativo. Triste. Assim passam os meus dias, em busca de afazeres, ocupações que me faça esquecer o tempo ou, passar o tempo. Que seja uma maneira de dizer que sou normal. Uma mulher normal.
Não posso dizer que aprendi a ser assim, mas convivo com isso há tempos, logo me conformei. Estou conformada com os meus dias sem graça. Conformada com a desilusão diária com as pessoas. É tudo assim, sonhando e nada dá realmente certo. Minha cama-de-gato acaba ficando cada vez mais enredada e mais longe da saída. Quem acha que tem ponto final a história está enganado. Não tem... Só continua, todos os dias. E os medos permanecem vivos dentro no meu coração frágil. Sem ninguém para segurar a minha mão, sinto solidão e ainda choro. Ainda estou nessa angustia e já nem sei qual caminho seguir.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Carta a um coração amargo



Obrigada por não telefonar, por fingir esquecer meu gosto e fingir mais ainda que me tenha desgosto. Obrigada por jogar tudo fora, por não saber persistir quando eu mais precisava, por não sentar ao meu lado e beber um café. Obrigada por ter tido coração amargo, por não ter me desejado ou, como eu bem sei, ter fingido seu desapego. Obrigada por matar meus olhares, queimar minhas fotos e jogar fora os meus presentes. Ou fingir. Ou negar. Ou, por simplesmente não saber esperar e exigir o mesmo de mim. Obrigada por não ter sido paciente, por não respeitar meus limites e mais, por me culpar. Meu desabafo é sincero, é do fundo do coração, que depois de tanto tempo pela primeira vez eu tenha tido coragem de agradecer a falta que me fazes e ainda mais o modo com que tratastes os meus temores.
Obrigada por ter mentido, por ter negado, por ter deixado de lado todos os meus abraços. Obrigada por ter tido coragem de brigar, de visitar e de me amar. Ironia dos meus pensamentos, pensar que passando todo esse tempo tu virias me encontrar. E agradeço, apesar de tudo. Digo-te com todas as palavras possíveis: OBRIGADA! Por ter tido medo, covardia e, ainda mais, por ter deixado de lado todo o passado e nem procurado os meus olhares que de lágrimas ardiam ao pensar em ti. Obrigada.
Obrigada, agora sincera, por tudo o que proporcionaste a mim quando em um dia de sol esteve aqui ao meu lado e envolveste meu pequeno corpo com seus braços polvo. Obrigada por ter dado carinho, por ter sido sincero e principalmente por ter me feito sorrir e não somente chorar. Obrigada por deitar no meu abraço, por me mostrar o caminho e depois ir.
Chorando dei-te adeus, com gritos dentro de minha alma como se nada fosse passar. Passou. E hoje, digo-te obrigada. Agradeço os teus desejos e as tuas palavras. Acredite, eu esperei algo a mais. Tola fui eu. Muito obrigada por tudo e juro, vai passar e eu ainda vou sorrir.
Ficarei sentada em meu coffe bar para tomar mais um amargo café, ler mais um livro de romance e ainda contar minha triste história àqueles que tenham paciência para escutar um coração machucado. Serei pouco breve, usarei argumentos sólidos e ainda acrescentarei palavras soltas para que eu me sinta leve e de alguma forma me culpe por algo teu e não sinta tanto ressentimento por ti. Cuspirei letras, embriagarei meus pensamentos com o amargor dos meus sentimentos completados com o gosto do café que tira de mim o teu. Vou ficar muda quando o choro rolar e vou deixá-lo até se acabar. Pode ser que assim eu sinta alívio.

domingo, 25 de abril de 2010

meu (des)apego



não dei motivos
e nem menti,
era o meu vício
e o que me fazia sorrir

busquei teus olhares
e teu corpo quente
que encostado no meu
me deixava fervente

procurei te trazer
te deixar o mais próximo
te tocar e que o prazer
fosse lógico, amante

perdi meus caminhos
perdi meu abrigo,
calei meus beijos
escondi o desejo

fingi o esquecimento
onde não existia desgosto,
tirei do pensamento
teu cheiro, tua pele e teu gosto

vou calar minhas letras
vou jogar aos céus às palavras
deixar rolar o tempo
e passar meus medos.

vou embora, e por ti
secarei as lágrimas
esconderei olhares
e fingirei amores.

sábado, 24 de abril de 2010

Desejos imperfeitos, vislumbrei

Não sei onde foi parar meu juízo. Onde anda minha razão. Foram andando por aí e os perdi a caminho de casa. Não sei o que dizer, sentir ou pensar. Estou pela metade. Desolada e fora de sério. Meus olhos fervem, querem e esperam. Meus lábios pedem, desejam e clamam. Minha alma sofre sem calma e sem hora. Estou cega de amores e viva cada vez mais, sem juízo. Sem paz e com uma pura vontade de desejar.
Os pêlos do meu corpo arrepiam-se pensando em ter-te aqui, deitado em meu colo e bebendo meu amor. Minha pele fria grita a pedidos de fogo. Quero um mar de paixão, quero toda essa imensidão existente aqui em mim, em ti. Quero preencher esse vazio com teus beijos quentes e teu colo imenso. Quero, novamente, os dias que tínhamos sorrisos divididos e sonhos compartilhados. Pense em mim! Não quero que esqueça minha cede, minha pele e meu corpo. Quero que lembre e deseje e queira e ame e tome. Seja forte e me tome!
Sem juízo. Sem razão. Com amor. Com paixão.
Meus dias são resumidos em vontade de ter um calor novamente. Os dias estão frios e feios. Estão tristes e pensantes. Estou em guerra com a minha paz e em paz com o meu libido. Minha fraqueza e minha falta de coragem talvez me convençam de não tomar parte dos sentimentos que me consomem e, desta forma vou sendo amores mudos. Amores cegos e surdos. Vou sendo puro anseio e louca. Boba.
Não resolvo e nem expludo. Deixo em calma mesmo que seja insistente, deixo para que não seja apenas um rio em meio aos oceanos de paixão que existe na imensidão do meu coração. Vou deixar minhas palavras em tons baixos para que ouçam baixinho, para que fique mudo em meio a tudo que se passa aqui dentro. Meu coração ainda bate e meus amores ainda vivem. Veja!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ouse e me tente

Escolhi sair daqui, deixar minha vida e seguir sozinha. Busquei teus braços e tua pele clara em outro alguém que me abrigou e esquentou nos dias frios. Encontrei um coração quente que me deu um canto e confiança. Tola, fingi esquecer o impossível. Fingi um amor em um amigo e fiz contente quem me sorrio. Fui bela quando necessário e sorridente quando pediam. Perdi meus tons, perdi teus toques, perdi a vida que me fazia contente. Perdi os dias de sol que batiam pela janela, senti o frio bater no rosto e lembrei-me dos dias em que a vida era um amor – era o amor.
Escutei os tons que tu ouvias, falando baixinho e delicada lembrei-me dos beijos que iluminava os meus dias, tons fortes e claros, tons que me trouxeram paz por instantes e me deixou em guerra com o coração. Deixei-me levar pelo que eu queria pelo que eu sentia e esqueci que dói. Medos atormentaram minha alma como donos de mim e enlouqueceu tudo o que passava aqui dentro de mim. Eu quis. Eu não soube amar.
As letras que escrevo hoje são somente lembranças do que sentimos um pelo outro, são músicas que chegam até meus ouvidos como seus sussurros dizendo palavras apaixonantes. Com as melodias lembro-me dos teus olhares, das tuas palavras. Lembro de mim e de como a felicidade rondava os meus sentidos e aguçava os meus desejos como se eu fosse somente paixão e desejo. Eu senti. Senti o meu coração pulsar no peito me trazendo de volta essa vontade de te ter bem perto. Eu sonhei.
Todos os sonhos que me dei a liberdade de ter até hoje foi como se quisesse esquecer tudo, esquecer teu rosto, teu cabelo escuro e tua boca rosada. Não foi fácil fingir esquecimento enquanto estive à beira do abismo, à beira do sorriso. Coloquei-me em lugares nunca vistos e esqueci por instantes meus impulsos. Pensei em ti, mas fugi. Te quis e menti. Fui fraca e forte. Fui amor e razão. Fui paixão!
Nunca havia imaginado um coração tão abandonado. Um amor tão desolado. Eu senti um aconchego e de certo modo um desapego. Fiz-me inteira quando te tive e logo depois, fiquei aos pedaços ao ver-te seguir as estradas que o levaram para longe. Coloquei meus óculos escuros, abracei o teu cheiro e chorando segui o meu caminho.
A minha vida é de uma imensidão sem fim, é um vazio, um caminho, uma vida de fantasias. Não entenda e nem queira e se entender, peço-te, como um gole de vinho tinto, me beba e embriague-se de mim. Não canse e nem me coloque fora, apenas fique louco de mim, tenha cede de mim e me escreva como jamais ousaram fazer.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

meus sentidos



entre beijos e abraços
entre sonhos e sonos
entre os corpos que me tomam
te senti em cada gosto


entre olhos que me comem
entre os dedos que me tocam
entre as camas que me deito
te senti em cada toque


entre as pernas que me laçam
entre os desejos que me rondam
entre os homens que eu tenho
te senti em cada verso

terça-feira, 20 de abril de 2010

Eu quero uma mentira sua



Minta que no fim das contas
Pra ser bem sincero
Você nem se lembra
Que me conheceu

Uma gota de mal-me-quer e um pingo de bem-me-quer. Misturando em um caldeirão de sentimentos. Uma confusão, um dia a dia lotado e mais um estrondo dos meus sentimentos aqui dentro do peito. Eu quero que me digas, por favor, somente hoje uma mentira sincera. Venha, diga que não me amas e nem pensa nisso, pois assim tenho coragem de levantar da cadeira e seguir minha vida sem ter-te enrolando meus cabelos, minha cabeça e meu corpo. Quero que digas que não volta mais, quero que digas, somente hoje que não me desejas. Quero que mintas a mim como se nada fosse a ti. Digas, por favor, que jamais me verás.
Mintas para mim, finjas não querer. Mintas, assim poderei andar na rua sentindo a brisa e esse tempo solto a minha frente. Quero sua sinceridade longe de mim, me mintas! Não preciso ouvir seus desejos que hoje me deixa tristonha. Não preciso acreditar nos teus olhares, se quando mais desejo-os, tenho carência. Tenho falta de ti e assim por conseqüência de mim, e choro, sem saberes. Não sou a mesma quando te preciso, sou frágil, sou fraca e sou antes de tudo, apaixonada. Teu desejo por mim me deixa sorridente e me acende, porém depois que passa sinto tristeza. Sinto um vazio que me toma por inteira e me deixa sem reações, sou um nada.
Desta forma, te peço hoje, me mintas! Por favor! Quero minha vida, meu amores, minhas paixões sem ti. Sinto-me sozinha, sem rumo e cansada dessas ilusões. Disse me amar, me querer e que viria me buscar. Aqui estou, sentindo frio, falta e desejo de ti. Não quero mais nada, não te quero! Hoje vou mentir pra mim, vou mentir pra ti e quero que mintas pra mim. Hoje, quero fingir que posso sorrir. Quero acreditar que posso amar alguém que não sejas tu.
Quero ir, sair sem pensar em ti. Vou mentir. Juro que vou!
Meus olhos ficarão fechados para que não vejam em minhas pupilas essa mentira necessária. Vou falar baixinho em minhas letras para que somente quem me entenda possa dizer o que sente. Vou me deixar levar por mentir para que, quem saiba um dia o riso volte a me rondar.
Deixarei de te sentir a força, vou me deixar dormir sem pensar em ti. Um dia eu vou. Acredite! Jogarei meus medos pela janela para que não mais os veja. Vou tapar minha boca para não mais beijar-te. Vou esconder meus desejos de baixo do tapete para fingir que não os sinto. E vou continuar falando baixinho essas mentiras ao canto do meu ouvido para que um dia eu possa em fim esquecer. E espero que faças o mesmo por mim. Faças!

enlouquecedora


arranquei sorrisos
ganhei beliscos
e beijos mordiscados

me dei por intera
quebrei as barreiras
do teu coração.

nos sentidos do meu corpo
te toquei com gosto
e te tirei suspiros.

de um beijo bobo
surgiu um amor doido
enlouquecedor.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Louca sonhadora e fora de mim


Louca de amor, fome de paixão, sede de desejo e vida de fantasias. Louca, pequena e louca. Cresci em tão pouco tempo e em menos ainda já tive desejos. Com medos acabei me tornando forte. Orgulho além da conta fez com que perdesse amores, futilidades tantas, paixões. Angustiada aprendi a lidar com os meus próprios sentimentos. Fui criando novos caminhos nessa minha trilha até o presente, cheguei. Estou aqui! Viva de amores, vida de paixões e como toda mulher de ilusões. Sou dona de mim, mas meu coração me afronta. Me ganha aos poucos, me vence ao fim. Com ele me entrego e por ele assumo erros que não seriam meus, e sim dele. Só dele. Não me culpo e nem o culpo por agir sozinho e não me perguntar o que pode ou não fazer. Ele manda em mim, sou ele – sou dele. Sou de coração, paixão, sou emoção. Cansa, meu bem, quebrar a cara. Bater de frente com a emoção, com a paixão e ter que voltar atrás. Ninguém entende é a frase mais dita. Amores não são entendidos, são vividos. - APREEEEEEENDE! – digo à mim mesma.
Quem dera poder dizer que aprendi. Se de fato essa frase adiantasse não haveria tantos corações quebrados, despedaçados e pisados. Não haveria amores mal acabados e sonhos largados ao vento. Deixados de lado. E mesmo com tantas decepções vividas e tantas vontades largadas, esquecidas não me acabo. Continuo vivendo e acreditando. Cansei. Minhas fantasias crescem a cada dia, minha vontade de ver os amores sendo mais vividos e não chorados ainda me vence. Mesmo quando vejo exemplos do contrário. Acredito. Não há mais em mim medos de me entregar a desejos e sentimentos. Vivo e tenho fome de realizar. Realizo. O que vive dentro de mim, ninguém mais entende. - DEIXA ACONTECER – repito.

Não é assim, o que acontece só se concretiza por que alguém busca, corre atrás e não deixa simplesmente por conta do acaso – ou destino. Seremos mais sonhadores e menos realistas. Muitas vezes funciona. Amores bem resolvidos acontecem sim, vá em frente. Acredite. Caia e levante. Tudo tem sua hora, mas não pára, o tempo corre.

domingo, 18 de abril de 2010

Uma garra de pelúcia


Olhos amendoados e palavras doces. Simples e forte. Digo que até morde, nem sempre. Diariamente. Não é o meu estilo essas histórias de ladrar e não morder. Falo, faço e mordo sim – quando necessário. Sou firme e delicada. Sei minhas horas, meus limites. Saber eu sei, difícil é usá-los no meu tempo – sou fora do comum. Vou além. Exagerar. Sou metade colorida, gritante e outra metade neutra, pálida. Sou frio, mas sempre quente. E melhor que isso, eu não imagino outras formas, cores e risos para mim. Por mais desilusões que aparecem em meu caminho, por mais decepções que são colocadas a minha frente como uma barreira sem fim. Eu saí e estou aqui, criando novos rumos e novas felicidades. Minhas e tuas. Tuas, homem um e oitenta. Homem de Dó-Lá-Si menor e o que for. Homem superego. Ou ego, muitas vezes. Homem quente, todo. Homem polvo, urso, gato. G-a-t-o. Homem leão. Leonino. Homem meu, mais do que isso. Homem razão. Minha razão. São risos soltos que tu transformas em concretos e diários, por mais difíceis que muitas vezes pareça arrancar um sorriso dessa minha face morena café-com-leite. Menina morena, riso contido em palavras, boca pequena e falante demais, pernas grossas pulantes de alegria, sou. Tudo e mais um pouco e nada quando me permito. Cozinho, passo roupas, leio livros, ouço músicas boas e também as dançantes, falo besteiras, bebo cerveja ou vodca, não fumo cigarros fedidos, não faço tipo, sou difícil e fácil. Sou e sou eu sem mais nem menos. Mulher para casar, casou. Mulher para amar, amou. Mulher para ser, é. Mulher para tantas coisas e menina ainda. Dezessete quase lá. Menina antiga, mulher moderna. Menina pintou o quarto de lilás com bonecas amarelas e tons cor de cosa. Mulher casou cedo, fez amor e ama o seu primeiro namorado – hoje esposo. Confuso e inteiramente apaixonante e tocante. Já foi linda, gostosa, criança, brinquedo e chiclete. Hoje, esposa. Tudo em tão pouco tempo. Vida. Uma vida diferente da modernidade, diferente no ponto de vista de muitos, não no meu. Diz ela que nasceu para doar, criar, passar e demonstrar amor para o mundo. Difícil missão. Cresceu para fazer mudanças, assustar com suas decisões sempre (bem) decididas. Livre com suas palavras e presa com o seu coração, assim feliz. Nasceu para companhia, paixão e sorrisos. É linda quando acorda, quando escova os dentes e até mesmo na hora de dormir. Beleza ela tem, vive dizendo que não. É mal-humorada e hiperativa ao dormir. É sexy, atraente e bem elegante. É simples, normal e quase sempre Maria, quando lava louças e limpa a casa. É mulher. E todas as mulheres são iguais em suas pequenas diferenças. São mulheres fortes e delicadas. Dedicadas. Não decifráveis e quase sempre difíceis. Mulher. Assim eu sou.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

faces, rimas fáceis

escrevi palavras doces
no cantinho do caderno
pra que sempre que eu leia
esqueça desse inferno

escrevi palavras bobas
no cantinho da tua boca
pra que sempre que tu leias
lembre dessa tola

escrevi essas palavras
em simples rimas fáceis
para que quando leiam
vejam minhas faces


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Leia e não pergunte


Não saberei dizer por que de tantos medos me seguindo. Não cobre e nem peça explicação, sou mulher de cinco minutos. Cinco minutos para mim pode ser mais. Preciso de tempos e de momentos, preciso de risos e de sentidos e preciso que me leiam. Preciso que me bebam aos poucos e fiquem completamente embriagados de mim. Necessito achar um modo que não haja mais perguntas para minhas palavras. Preciso que saibam interpretá-las.
Tenho medos, tenho surtos de insanidades que me fazem agir impulsivamente. Mas me deixe! Eu gosto do impossível, gosto do não existente. E por vezes, me perco nesses caminhos longos que me aparecem. Sou tão confusa que me contradigo, me desviando (ou tentando) dos meus momentos. Eu fujo me perco e me encontro. Oras estou aqui e logo, ali. Eu vôo alto, me bato em galhos e prédios e caio. E ainda sim crio forças para subir novamente. Mas, por favor, se não entender o que eu sinto nem pergunte. Sou assim, meio turva. Bebo angustias e outrora alegrias. Como meus medos e outrora meus sonhos. Durmo de canto e outrora nem deito.
Não sou nada breve por mais que eu tente. Venha e me leia!

Devaneios


Eu pensava ter razão, porém vi meu coração me dizer um não enorme quanto a esta situação. E senti uma paixão, um desejo por amar a vida. A minha vida. E amei! Eu senti e acreditei em tudo o que meu coração falava e insisti em mudar. Mudei, chorei e senti na pele o meu avesso desdobrado voltando a minha realidade de sonhos e fantasias mutáveis.
Apertou meu peito, me matou de desejo e me deixou esfomeada. E hoje, matei. Comi e bebi de ti como nunca havia sentido um gosto de amor antes. Irritada e assoberbada me dei por conta das minhas insanidades e desse coração latejante de vontade. Como é bom sonhar acordada, nem dormir. Morrer de insônia e matar a vontade de ti. Ironia dizer que nada mais é igual. Irônica, mulher mentira. Te toma e depois cospe ao poucos. Tola, tola, tola e tola!
Me desfaço aos poucos pensando em ti, me cai os pedaços que vão se moldando e te montando à minha frente. Aos meus olhos que delicadamente te olhavam e nem piscavam. Quando levo minhas mãos até tua face, quebra. Sonhei que era real, mas tudo era um sonho. E hoje, sinto frio e fome. Não mente, não te enganas. Vem até a mim novamente. Me aqueça, me toma em teus braços. E por fim, que eu não acorde.

inside out


me joguei ao avesso
disse não ao conselho
chorei de tanto desespero
e sem saber, senti alívio

meus olhos ardentes
enfraqueceram
aos prantos me fiz contente
vendo olhos que distante sorriam

deixa lá
esse medo doente
vem cá
esperança sorridente




terça-feira, 13 de abril de 2010

Vida após a morte


À princípio tentei voar, tentei seguir os meus caminhos sem meu refúgio à beira dos céus. Num canto onde os meus medos ficam de lado e minhas fantasias vivem. No mundo dos meus sonhos acordada e na vida irreal em que me mantenho presa. E aqui, talvez somente aqui, eu consiga descobrir uma felicidade inexistente. Quem sabe aqui o brilho dos meus olhos sejam eternos e as minhas marcas sejam deixadas de lado. E sei que irão perdurar os meus encantos fazendo com que meus brilhos não sejam apagados. Sem meu canto, sem meu mundo, sem meu refúgio à beira do caos, não sinto, não sou e quiçá vivo. Sem minhas palavras sou fraca, sou um nada em meio a tantos outros. E aqui, sou paz. Sou contente e me inspiro. Sou vida. Quando por um momento pensei ter morrido. E morri. Me faltou desejos, risos e principalmente vida. Faltei a mim mesma quando eu mais precisava. Joguei aos céus meus encantos que hoje busco por necessidade. Quero minhas fantasias. Só assim sei gargalhar.

Não quero mais o amargo sem rumo.
Não quero pesadelos sem sonhos.
Não quero vida sem escrever.
Se for assim, me acabo.

Meus sentimentos acabaram e hoje, neste instante, estão renascendo.
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