Tudo que eu ouço me faz ver o quanto o mundo parece estar
cada vez mais injusto e menos autentico. As pessoas não buscam encontrar umas
as outras pelo que são e sim pelo que possuem. Tristeza. O medo de mostrar-se
se faz maior que a vontade de conhecer-se a si próprio e ao próximo. O medo.
Este era para ser “do bem”, para que ao vencê-lo, em todos os momentos da vida,
sentíssemos satisfeitos com nossa coragem. Este era para nos mostrar o quão
perigoso podem ser certos caminhos. Abrir os nossos olhos, nossa mente e fechar
nossa ânsia de “querer tudo”.
Porém não tenho visto o medo ser usado mais desta forma, pelo contrário, o vejo
como algo que nos prende, não permitindo que sejamos seres comunicativos, seres
entregues, seres que buscam conhecer outros seres e assim formando laços. Somos
cada vez mais fechados dentro de nós mesmos. Somos “reservados”. E até que
ponto isso pode ser bom ou ruim?, pois fechar-se num mundo como hoje é tão
natural quanto as crianças que já nascem com dentinhos. O mundo está em
constante mudança e pergunto: boas ou ruins? Até que ponto?
As pessoas não procuram ajudar umas as outras, não procuram ajudar a si
próprias e tenho visto cada dia mais que elas só aceitam e aceitando acabam por
cometer erros desnecessários. Atitudes e momentos que se fossem pensados e que
se tivessem permitido “abrir-se” para os outros, talvez, pudessem ter sido
evitados. Por que precisamos “tomar na cara” para aprender? Por que não
conseguimos medir a importância de nossas atitudes perante o que nos cerca exteriormente
e interiormente. Pergunto-me, confesso um tanto decepcionada e triste quanto os
fatos que vejo no dia-a-dia.
Desde criança ouço: “Esperança é a última que morre”, portanto frente a tudo
que me é visível e sentido penso que nem sempre temos esperança de que certas
coisas mudem, pelo contrário, penso que muitas coisas ainda podem piorar, por
mais esperançosa e ingênua que eu seja. Certas coisas decepcionam e por ver
que dia após dia são piores ainda, causam isto que eu chamo de descrença. Sou
sentimental ao extremo e jamais passou pela minha cabeça que eu diria tudo
isso, somente perante fatos como este: as pessoas não confiam e não se deixam
confiar. Elas não se permitem.
Um comentário:
Estou lendo um livro interessante. Se chama "A insustentável leveza do ser". O autor diz que nós só temos uma vida, que não há como experimentar o que dá errado nessa vida e melhorar na outra, não há um outro mundo para que possamos agir de outra forma. E diante da reflexão do autor eu me pergunto, e melhoraríamos realmente?! Não consigo compreender por inteiro o ser humano, mas eu creio fielmente numa coisa, somos em mesma proporção criação e destruição. Bem e mal misturados com água, como diz Zusak, ou a Morte de seu livro.
Tudo isso é realmente desesperançoso, mas o que for feito que resultado dará? e se não for feito?! são muitos "se's", por fim penso que o melhor é fazer sem pensar muito, afinal quem somos nós pra prever o mundo!?
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