''Fechar-se não está com nada , as pessoas são sempre o que de melhor existe .''
(Caio F. Abreu)

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Balinhas de Hortelã



Obrigada, às minhas balinhas de hortelã.

Eu já ouvi tantas coisas nos últimos dias e sei que vou ouvir a minha vida inteira, mas sempre pergunto por que preciso ouvir isto ou aquilo, sei que não é bem assim e mesmo assim aquilo fica ali martelando a minha cabecinha que se fosse equilibrada eu não seria eu. E eu não quero deixar de ser eu.
Tenho todos os sentimentos do mundo numa intensidade realmente sem tamanho, tenho dificuldade em questão de relacionamento com as pessoas porque penso que nenhuma delas irá aceitar o meu jeito que por mais cativante que seja é complicado. Conversar, taí uma questão que é nova na minha vida, antes simplesmente me deixavam de canto e eu pegava aqueles papéis todos que havia em meu quarto e chorava e escrevia e chorava e lia. Ser uma pessoa sociável só começou a fazer parte da minha vida de uns meses pra cá, nunca tive uma “ligação” com as pessoas porque nunca me permiti à entrega e o conhecimento de mim mesma. Ligação, outra coisa que muitos acham que é simplesmente sair, sentar num barzinho e deixar rolar, porém à mim que vejo tudo como algo a mais a ligação é buscar ou ter intimidade com alguém que me permita sentir à vontade e deixá-la também. Ligação é sentir. E eu tenho dificuldade em me ligar, em confiar, em gostar e isso me torna um ser antissocial, segundo a minha mãe. Logo, sou então.
Gostar sempre foi MAIS para mim, ser amigo sempre foi MAIS, ser parceiro sempre foi MAIS e como toda criança que busca mais e mais e mais balinhas, quando percebe que aquela balinha é ruim e, de repente, encontra outro pacote de balinhas e todos os que encontram as faz mal, no final o que pensar? Não posso comer estas balinhas. Porém, nem todas as balinhas do mundo vão me fazer mal e eu sei disso, ultimamente as balinhas têm me feito maravilhosamente bem (principalmente as de Hortelã), acontece que tenho receios e mecanismos de defesa para que não aconteça tudo de novo e, necessariamente, preciso deixá-los de lado. Podem ter sido bons em algum momento da minha vida, ou não, portanto foi o meio que encontrei de não me sentir mal com certas coisas na minha vida e agora que quero me livrar, literalmente, é difícil. É complicado.
Terapia, conversas, sorrisos, entendimentos e reconhecimento, tenho tudo isso e muito mais agora, ou melhor, tenho tudo para vencer esta etapa e deixar realmente de lado o que criei para não engolir aquelas tais balinhas. Por essas balinhas ruins não posso deixar de saciar as deliciosas balinhas de Hortelã. E como dizem: eu vou conseguir. Por mim. Pelas balinhas de Hortelã.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

engano seu, querida


escrevi sobre o medo do mundo
e esqueci de te contar dos meus
que por ser tão sem motivos
acabam por ter todos os motivos
aquilo que vivi há tempos
retornam em pequenos olhares
ou quando me contam casos
que de nada me importa e no fundo
torno tudo o que falam meus
os olhos medrosos e medonhos
sugam os dias dos meus 
preocupam minha mente e privam
que os sonhos se façam reais
ouço canções de amor
que os outros me dizem: mentira,
se mentira fosse amar
o mundo já não existiria

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mundo entre chaves



Tudo que eu ouço me faz ver o quanto o mundo parece estar cada vez mais injusto e menos autentico. As pessoas não buscam encontrar umas as outras pelo que são e sim pelo que possuem. Tristeza. O medo de mostrar-se se faz maior que a vontade de conhecer-se a si próprio e ao próximo. O medo. Este era para ser “do bem”, para que ao vencê-lo, em todos os momentos da vida, sentíssemos satisfeitos com nossa coragem. Este era para nos mostrar o quão perigoso podem ser certos caminhos. Abrir os nossos olhos, nossa mente e fechar nossa ânsia de “querer tudo”.
Porém não tenho visto o medo ser usado mais desta forma, pelo contrário, o vejo como algo que nos prende, não permitindo que sejamos seres comunicativos, seres entregues, seres que buscam conhecer outros seres e assim formando laços. Somos cada vez mais fechados dentro de nós mesmos. Somos “reservados”. E até que ponto isso pode ser bom ou ruim?, pois fechar-se num mundo como hoje é tão natural quanto as crianças que já nascem com dentinhos. O mundo está em constante mudança e pergunto: boas ou ruins? Até que ponto?
As pessoas não procuram ajudar umas as outras, não procuram ajudar a si próprias e tenho visto cada dia mais que elas só aceitam e aceitando acabam por cometer erros desnecessários. Atitudes e momentos que se fossem pensados e que se tivessem permitido “abrir-se” para os outros, talvez, pudessem ter sido evitados. Por que precisamos “tomar na cara” para aprender? Por que não conseguimos medir a importância de nossas atitudes perante o que nos cerca exteriormente e interiormente. Pergunto-me, confesso um tanto decepcionada e triste quanto os fatos que vejo no dia-a-dia.
Desde criança ouço: “Esperança é a última que morre”, portanto frente a tudo que me é visível e sentido penso que nem sempre temos esperança de que certas coisas mudem, pelo contrário, penso que muitas coisas ainda podem piorar, por mais esperançosa e ingênua que eu seja. Certas coisas decepcionam e por ver que dia após dia são piores ainda, causam isto que eu chamo de descrença. Sou sentimental ao extremo e jamais passou pela minha cabeça que eu diria tudo isso, somente perante fatos como este: as pessoas não confiam e não se deixam confiar. Elas não se permitem.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

poeminha da minha vida




mudei a cor dos dias
nada mais de cinzas
nada mais de choros.

mudei a cor da alma
que no fundo lamentava
não ter encontrado paz.

mudei todas as cores da vida
desde que tomaste conta dela
me ensinando o quanto és bela.

a vida que me mostra
com cheiro de alegria
para encarar o dia-a-dia.

o sorriso se faz presença
no fim de cada dia
e, me sinto inteira, enfim...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

breve espera



os sorrisos em meu rosto
apagam o que de mal existe
as lembranças são de sonhos
com gosto de saudade

de mim a ansiedade tomou conta
ver teu riso, abraçar teu corpo
como num piscar olhos
te tocar inteiro, te fazer presença

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Esse cara é ele



No embalo de: Esse cara sou eu, do nosso Rei.

Desde que começaram a anunciar a nova novela das 21:00 da Globo, estou encantada com a nova música do nosso rei Roberto Carlos. A música de melodia linda e letra maravilhosa e intensa chama-se: Esse cara sou eu.
"Esse cara sou eu" e me remeteu de imediato ao meu "cara". O cara cara dos meus sonhos e que me ensinou, sem nem perceber, o quanto é extasiante ter não só um namorado mas também um amigo. Ele, que sabe muito bem representar da melhor maneira os dois quesitos. O "cara". O meu melhor.
O cara perfeito não é aquele que será montado com as qualidades que queremos e sem defeitos. Esse cara não existe, sejamos realista. O cara perfeito não será aquele que ouvirá todas as nossas lamentações e se calar, não se importar. O cara perfeito não será aquele que irá se doar a tal ponto de só querer nos agradar, sem expressar o que sente. O cara perfeito vai errar assim como nós, porém vai tentar nos ajudar a entender  que nem tudo é como pensamos, vai nos mostrar o erro e não simplesmente deixá-lo passar. Ele vai chorar, vai desabafar, vai discutir a relação sem medo, vai conversar e compreender, vai abraçar e, mais que isso, perceberá o momento exato que precisamos daquele abraço. O cara perfeito possui e possuirá defeitos e são esses que tornam o relacionamento perfeito a cada dia, a cada aprendizado, pois "o cara perfeito" é aquele que com seus defeitos somados com os nossos formam uma relação sincera, amiga e com muito amor.
Esse cara é ele que me torna completa, inteira, realizada, feliz e segura. É ele que proporciona sorrisos do amanhecer e até mesmo nos sonhos - esses que com ele boa parte se tornaram real e, ainda irão se tornar, muitos outros. É ele que até mesmo nas conversas mais difíceis sem me acolhe. Esse cara é ele. O meu "cara", o meu grande amigo, o meu maior parceiro, o meu porto seguro, o meu grande amor, o dono do melhor abraço e do meu coração. Meu grande amor.
Lembrarei toda vez que a música tocar e todos os dias - por todos os meus dias - o quanto é incrível um sentimento assim. Imenso e verdadeiro. Amor. Perfeito mesmo é ele, o amor, é amar e principalmente o que nos faz sentir em paz e feliz. Perfeito é poder dizer que encontrei o meu "cara" e que sou completamente realizada.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Por falar em saudade



No embalo com: Reticências de O Teatro Mágico.

Saudades são eternas reticências – tanto boa quanto ruim. Por mais que o objeto ou o sujeito que sentimos falta esteja junto o simples fato de saber que irá partir logo já dói, aperta o peito e já bate aquele desânimo. 
Querer estar grudadinho, sentindo o coração do outro bater em um abraço longo e como se o mundo fosse acabar naquele instante, sorrir. Sorrir, pois ali é o melhor lugar do mundo para se estar, no abraço de quem amamos.
Tem saudade que é ruim, como aquela de quem partiu e sabemos que não irá mais voltar, aquela a qual criou certo “buraquinho” dentro do peito – que mesmo o tempo amenizando a dor, jamais será esquecida. Saudade é uma eterna lembrança. Lembrança boa e dolorida. Uma eterna falta. Porém, há saudade boa – estou vivendo nela, ultimamente – é estar longe de quem amamos e querer estar junto, porém saber que logo este dia irá chegar, logo os abraços serão os mais longos, logo os sorrisos serão divididos, logo percebemos o quanto esperamos para estar juntos e esta saudade transforma-se em presença, colo, amor.
Gosto de pensar em saudade sempre como algo bom, pois só sentimos por aquelas pessoas que nos trouxeram algo bom ou por momentos que marcaram nossa vida. Saudade é como se quiséssemos viver novamente: um aprendizado, um carinho ou uma pessoa. Saudade é querer ter perto se distante e mais perto ainda, se perto. E, para deixar claro: estar perto não quer dizer ao lado fisicamente e sim, sentir que há uma ligação, uma intimidade.
Eu, como típica canceriana, possuo uma sensibilidade enorme e, desta forma, sou impaciente, quero logo acabar com a saudade, estar abraçadinha, doando caminhões de carinho e ver aqueles risos que acolhem e ao mesmo tempo animam. São as melhores demonstrações de amor. E, confesso, gostaria de viver em um mundo com menos saudade e mais presença, menos lembrança e mais companhia, menos partidas e mais chegadas, menos adeus e mais “bons dias”. Gostaria de ter todos aqueles que amo junto, bem coladinho, mas como é impossível a lembrança e a saudade vou sempre carregar comigo.
Vou sempre esperar por mais chegadas, como estou na espera agora, porque até de falar em saudade o peito já aperta e quero logo aquele abraço que, como dizem, é o lado bom da vida.

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