''Fechar-se não está com nada , as pessoas são sempre o que de melhor existe .''
(Caio F. Abreu)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Meio anjo-diabinho


De manhã aquele sol bate na janela e eu acordo ouvindo barulhos, ruídos, pessoas falando como doidas. Eu confusa e um tanto perdida nem sei onde estou e o que fazer depois de tudo. Escovar os dentes, vestir aquela roupa da noite passada e os tênis jogados no canto da sala e pronto, saindo para caminhar, pensar e ver aquele sol todo raiando lá fora. Dia quente, eu na rua sozinha e a cabeça voando. Estou enlouquecendo e mudando. Olhos pintados, cabelos arrumados, salto alto e aquele meu velho e lindo batom nude, saindo na rua ouvindo mil e um casos contados aos detalhes daquelas pessoas desconhecidas paradas na esquina. Tonta e linda, uma rainha meio sonsa, uma princesa meio louca e uma mulher, típica mulher em seus dias de transação, em pleno momento de fusão. Andando, feito dona moça, sapatinho lindinho em seu pé trinta e três causando dores e estresse, e por dentro aquela velha menina de sempre com seus tênis correndo na rua fugindo da sombra que a assombra. É tudo assim, os dias vão e vem, o sol vai e vem a lua e o que era ontem se torna rapidamente hoje e o antes é esquecido, trocado pelo que é agora. E eu, confundida? Meio louca e meio certa vou tentando me ajeitar e deixar pra trás o que já se foi. Assim mesmo toca a vida a menina-mulher-tonta-rainha, tudo isso em uma só como se fosse várias mulheres enlouquecendo e a beleza se desfazendo. Agindo como uma bela de repente a fera toma conta e o que ela angelical se torna um diabinho – como aquelas velhas figuras, de novela, do lado direito o anjo mostrando o bem e do esquerdo aquele diabinho sem vergonha induzindo ao avesso – ela se cala, sorri ao diabinho com cara de “to afim”, porém aquele anjinho a deixa em dúvida. O que seguir? Estou confusa. Como quem pede um algodão doce eu tomo meu mate amargo e fico pensando e cada vez mais pirando. Estou até virando gente grande! Impressionante a minha alto-confiança em viver essa vida adoidada, se fosse há algum tempo atrás certamente eu gostaria de ser abduzida ou, em nossa boa e típica língua, fugir desse tempo corrido e dessa falta de atenção aos que estão em volta. Mentiras e caras-de-pau, vejo isso à volta durante o tempo todo e essa elegante rainha raivosa e anjinha fica sem saber o que fazer. Coisas bobas, fúteis e eu no meio feito aquele jogo de criança em que sempre tem o “bobo”. Mas, continuo elegante, linda e delicada, por mais que me falte, muitas vezes, a paciência. Sou essa bela e fera que esconde quando precisa o seu lado mais feroz. Gata selvagem e por vezes sei ser domesticada.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Personagem real nos contos animados


Vestida como quem não quer pegar frio eu saio de casa à procura do sol. Caminho e tem horas que até sorrio ao céu e ele me sorri disfarçado. Eu e minha sombra andando e andando para buscar sorrisos nos outros e no que pareça simples e sem vida real. Com cara de menina-moça, de criança danada e curiosa por um novo doce, brinquedo e o que for, sou eu subindo as escadas e olhando a prateleira da esquerda aonde se encontra aqueles filmes de: “Era uma vez...”. Eu, feito uma criança encantada com o que me veio aos olhos – Pronto! Estou voltando aos dias de conto de fadas. Estou voltando para os meus sonhos guardados. Lembrando, buscando e querendo sorrir com o riso dessas animações e ver algo de bonito. Sentir uma história vencida em que o final é sempre feliz. Sim, eu não canso de pensar que o final sempre é e será feliz! Com um beijo de acordar a Bela Adormecida que há dentro de cada um de nós e até mesmo com a maçã envenenada dada a Branca de Neve, que no fim tudo fica bem, tudo passa e a vida continua com um sol radiante e sorridente aos meus olhares. E o que possa parecer inerte em minha vida é algo lindo, é uma felicidade imensa e um conto real em que há montanhas, pedras e até um buraco, porém quando chega à hora tão esperada a felicidade se faz presente. E eu sorrio. Sorrio pensando naqueles dias em que o sorrio de quem está perto é o que pode fazer a diferença. Sorrio pensando em que um sorriso egoísta é sem vida perto de um sorriso compartilhado. O meu sorrio só brilha compartilhado, só brilha com um sorriso verdadeiro. Minha vida é conto exagerado, é um conto com mil e uma paginas, com páginas de suspense misturadas com comédia e bons – ótimos – pingos de romance. Vou ouvir alegria, gritar alegria e o que mais for preciso. Vou mudar de caminho, chegar a todos os meus destinos como em meus desenhos de mentira-real. Vou invadir vários mundos, encantar cada coração distante e encontrar o rumo do que possa ser como nos filmes, um final feliz. Felicidade diária, felicidade que sempre deixa com um gostinho de quero mais. Quero uma felicidade assim e quero que todos tenham também. Então, saí da locadora e desci as escadas, andando pela rua fria pensei a quem dedicaria um sorriso instantâneo e pensei em quem faz meu coração bater acelerado e cada toque de telefone me faz sentir surpresa. Nesse frio todo, pensando em um coração distante e em um sorriso presenteado ao teu amor, me vejo cada vez mais contente. Estou nesse frio, porém estou quente e rosada. Estou como nos meus desenhos inocentes, enamorada. Como foi antigamente na minha infância agitada, com um coração enamorado por aquele primeiro amor, estou sorrindo e suspirando feito uma tonta. E fico contente, minha vida com inúmeras páginas e para cada uma delas uma personagem diferente e em todas essas, eu. Sempre mudando, sempre correndo, sempre buscando e rindo para a vida.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O tempo e o vento


Gosto de lembrar do tempo;
do tempo em que o vento me parecia mais leve, mais simples e mais fresco.
Gosto de lembrar do vento;
do vento em que o tempo era somente alegrias, em que o tempo beijava o vento sem intenção de esquecimento.

Quero viver no tempo em que o vento me faça sonhar, me faça sentir e assim ir mais longe me tornando leve.
Quero o tempo em que o vento não me traga somente saudade e sim presença.
Gostaria que este vento te deixasse junto a mim em todos os momentos e que o tempo se fizesse maior para o beijo tornasse-se o vento que por mais lento está sempre aqui.


E vocês o que gostam de lembrar?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Quem (não) precisa deles?


Passei horas lendo opiniões de mulheres que pensam não precisar de um homem (o que para mim é um absurdo). Por sorte em uma das minhas buscas encontrei um texto de um rapaz que fala exatamente sobre isso, não defendendo o seu sexo, mas mostrando para nós mulheres o quanto é ingênuo pensar que não precisamos deles. Ah, como é bom aquele café na cama, aquelas flores que recebemos sem motivo algum, aquela voz grave no telefone querendo saber sobre o seu dia e pensando bem, como é bom ter um homem no sofá da sala olhando o futebol irritadíssimo por seu time estar perdendo ou felicíssimo por estar ganhando. Porém, a mulher sempre acha um motivo para colocar a culpa no homem. Não adianta dizer que não precisamos, é a mais 'pura' mentira! Podemos não precisar na nossa vida profissional (mesmo precisando, nunca iremos admitir), mas e quanto aos nossos sentimentos? É impossível que não haja uma mulher que pense no quanto é bom ter um parceiro, um companheiro para as horas mais difíceis e aquelas de prazer. Então, pergunto: Quem não precisa deles? Pensem um pouco, é difícil conviver com um homem sim, mas para eles também deve ser muito difícil conviver com uma mulher. TPM (só essa já bastaria) e além de agüentar a tal TPM ficar no mínimo uma semana sem sexo, com estresse no trabalho e mais, estresse em casa. Agüentar a mulher brigando por falta de dinheiro, que por mais que tenhamos nosso trabalho, nossa independência (como todas falam) e nosso dinheiro, sempre vamos exigir que ELES paguem as contas. Até porque nosso dinheiro é só para as NOSSAS coisas, tais como, sapatos, bolsas e roupas naqueles dias de TPM em que só queremos ver na nossa frente um shopping. E quem agüenta tudo isso? ELES! E ainda falamos que não precisamos deles? Poxa! Por mais que seja difícil para uma mulher, para uma feminista, tem coisas que é preciso aceitar. Homem por mais que tenha mil defeitos, se pararmos para pensar veremos que nós, mulheres, temos mil e UM! Hoje vi uma pergunta, que em minha opinião é muito 'sem noção', uma moça pergunta por que o homem trai (como se a mulher não traísse também) e pior ainda foi a resposta, uma mulher (que decepção) respondeu que o homem traí por hobbie. Então eu pergunto agora: Por que a mulher trai? Por hobbie? Faça-me rir... Temos que parar com essa história de querer um culpar o outro, eles têm defeitos, mas nós também temos e muitas vezes pior que eles. E peço POR FAVOR, jamais diga que não precisará de um homem. Muitas usam a desculpa dos "consoladores", mas digam, esses irá levá-la para jantar? Irá abrir a porta do carro para nós? Irá nos aquecer em uma noite fria de solidão? NÃO! Não fará nada disso. Homem é insubstituível na vida de uma mulher, tanto quanto, a mulher é na vida de um homem. Claro, nunca existirá o homem ideal, pois todos têm defeitos como já disse. Porém esses defeitos vão sumir/desaparecer quando notamos o tamanho das qualidades e vimos os quanto os amamos do jeito deles. E quem não acredita no amor. Por favor! É porque, de fato, ainda não o descobriu.


Escrito em Abril de 2009. Posto esse texto hoje e prometo um novo post para amanhã. Deixo-os um beijo enorme e vou dormir. Afinal, eu mereço, passou meu aniversário. Beijos!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

cores de vida


um amor cor de vida
enche, enriquece e ilumina
os dias dos meus dias,
as horas dos meus olhares.

esse amor cor de vida
enobrece minha alma
te faz ser apaixonado
me faz ser enlouquecida.

nosso amor cor de vida
nos faz amantes em vermelho,
esperança de azul e todo amor
toda paz e todo riso em nosso branco.

domingo, 18 de julho de 2010

Esse meu tempo mutante


É tudo questão do tempo, e esse tempo me põe em questão. Tem dias que o meu querer escolhe o passar do tempo e outrora escolhe que esse tempo, ou aquele, retorne. O tempo me prende e me solta, sou ave que voa e outrora se mantêm calada, quieta. Minha alma inquieta questiona o tempo e o pede por horas uma calma a qual eu estou por fora. Ou seja, sou alguém a qual a calma muitas vezes incomoda, porém o tempo me é calmante - ou pelo menos eu o peço que seja. Eu aqui quase chegando aos dezoito com uma vida de mulher, digo, com responsabilidades de uma mulher e também de uma menina. Sou jovem ao tempo e aos olhos de quem me vê. Pura e puta, uma letra que muda o sentido de mim. Sou dupla, intensa e explosiva. Exposta aos riscos e aos gostos dos outros eu sou o que muitos não entendem. Uma seriedade sorridente e esse meu mundo letrado, misturado e impulsivo. Confesso impulsividade sempre foi o meu forte – estou, porém agora, mais controlada. E há cada passar do tempo renovo meus pensamentos e inovo os meus dias, com cores, com gostos, com palavras e claro, com o meu silêncio gritante reservado somente a mim. O tempo me recolhe, invade e muitas vezes me diz: segue! Sem perguntar ele simplesmente me leva a caminhos que eu escolho sem saber. Sou confusa e apaixonante. Quem entende esses meus delírios se nem eu entendo? Meu vinho, meu rumo, meu ninho quentinho em uma noite de frio – meu destino aquentado pelos braços do tempo passante calado. Sou eu uma pena viajante nesse tempo. Passando de lugares a lugares, pedindo colo ao olhares alheios e o tempo, esse que se encarrega de carregar-me aos quatro cantos do mundo e da vida, dando-me novos rumos e novas trilhas, esse me enche de esperanças a cada novo dia. Esperanças de sentidos, de olhares, palavras e atos mutantes do que me vem sido apresentado. O tempo que passa e cala o passado me guarda me guia e me faz ter olhos futurísticos e pensamentos positivos. O tempo que daqui à dois dias e algumas horas me deixará mais velha e me dará novas oportunidades e responsabilidades, é o meu aliado ao aprendizado, ao conhecimento e como sempre digo, em alguns casos, ao esquecimento do que não me venha ser útil – onde eu quase sempre me engano, pois vejo logo depois que tudo me é útil. Eu espero somente que esse tempo me traga novas palavras para jogar ao mundo, espero que essas sejam lidas, faladas e pensadas por outros também. Porém, espero que essas sejam palavras emocionadas de bons sentimentos e pensamentos. Espero que minhas palavras nunca se calem. Que seja gritada, cantada e escrita no pensamento de quem as merece. Eu espero envelhecer e, espero que minha sabedoria seja sempre jovem e esperançosa. Eu sou uma gota e posso fazer tempestade.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Boneca feito gente


Quem dera se ela fosse uma boneca, dessas que não quebram apenas brincam e estão sempre com um sorriso de canto. Uma boneca com um coração verdadeiro, que chorasse e amasse. Uma boneca que não fosse de pano e retalhos, mas, que seja colorida e encantada, que enfeite os dias e faça sorrir aqueles que passam por perto. Quem dera se essa boneca fosse os olhos de alguém especial, que a pegasse no colo e a fizesse sentir que está no céu e se essa boneca cantasse que o mundo inteiro ouvisse. Que o encanto fosse passado de um para o outro e que cada abraço fosse multiplicado. Quem dera se ela tivesse o dom de levar aos outros cada sentimento que ela sente e que assim os dias dela se fizesse sóis. Ela, boneca de gente e coração de anjo. Ela, uma luz no fim do túnel, a esperança. Carregando no peito um poço repleto de sentimentos verdadeiros, caminha mudando de cor os desertos para que os corações dos humanos sejam feitos sem defeitos. Com os olhos brilhantes, de cor marcante, arrebata os olhos alheios. Carrega com ela os desejos de quem espera um pouco, digo, muito do mundo. Do nosso mundo. Boneca apaixonante, encantadora e guerreira. Boneca que luta dia e noite por verdade, sinceridade e originalidade. Que essa boneca exista não há dúvidas, esses dias todos no frio e na luta, amanhecendo sozinha. Boneca que durante sua vida de decepções encontrou um refúgio, uma força além que guia os caminhos de seus dias e uma maneira de sorrir contente. Ela escreve e encanta, ela escreve e assim encontra força. Boneca feita de gente, imperfeita, porém com alma verdadeira. Alma de quem sorri com coração, com os olhos e expande sentimentos. Alma de boneca que com as palavras se faz contente, que nas palavras encontrou a paz e com as palavras é feliz. A boneca acredita no sorriso e na verdade. A boneca sou eu em pedaços e que mesmo assim escreve desejos e angustias. Sou eu a confusa, santa e diaba. Sou eu sutil e encantadora, com lábios vermelhos escrevo desejo. Sou eu quem sorri e finge encantar. A boneca está em mim e em meus dias de gente grande. A boneca que existe aqui dentro, com essa alma de eterna criança, enlouquece a minha cabeça, irrita meus sentidos e mesmo assim me torna forte. Sou a boneca escritora, a inconstante que com seu jeito mutante de ser ainda encontra nas letras, nas palavras soltas e misturadas uma maneira de se encantar – e encantar o próximo. Sou eu que enrolo os meus sentimentos, que encontra na simplicidade um grande motivo de felicidade. Sou essa boneca impaciente e com gosto de gente. Eu sou essa boneca gente, essa maneira de espalhar emoção aos quatro cantos e ainda assim achar pouco. E pouco é quem pensa ser eu e não é. E pouco é quem busca encontrar em si próprio essa boneca que existe em mim e não encontra. E pouco é quem não luta, não ama e não enjoa. Pouco é o muito desnecessário há mim. Eu quero e busco o exagerado para que assim o mundo seja risonho e despreocupado com futilidades. Eu sou o bastante que não basta, sou o fogo que queima. Sou eu aquela que não foge e não mente ao presente. Busco o sorriso nos lábios, o coração quente e que o restante seja ao seu tempo, sem pressa e sem ficar parada. Sou eu, sempre eu essa boneca com coração de anjo e sonho ser sempre o sorriso nos lábios de quem merece. Assim me vejo, assim eu sou.

terça-feira, 13 de julho de 2010

em teu ser


Encontrei um colo,
no abraço a paz
e me senti em casa.

Nos olhos teus
encontrei a vida
e me fiz sorrisos.

Por ti vivo em rimas
e esqueci o passado.
Por ti me fiz linda
e passei a sonhar.

Os verbos me fogem,
me esquecem me largam,
não querem saber das palavras.
Os verbos se foram
e deixaram o amor

Meus versos crescem,
as rimas somem
quero somente
o que não tem nome.

Quero um beijo,
uma vida, mil sorrisos.
Quero teus dias nos meus,
minha boca na tua,
meu corpo no teu.

Contigo por um instante
vejo a vida em eterno,
vejo flores no horizonte e
sinto que nada se põe distante.

domingo, 11 de julho de 2010

Em meus olhos

Nesses olhos encontrarás somente a ti.



"Minh'alma, de sonhar-te anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
Florbela Espanca

sábado, 10 de julho de 2010

Pré-dezoito


Dez dias para maioridade e o que me vêm são as lembranças da melhor idade. As lembranças ressurgem da época em que sorrir era simples, em que os problemas eram os cabelos feios das minhas bonecas ou montar todo o quebra-cabeça. Lembranças de quando andava de bicicleta na pracinha com o meu irmão e ganhava um balão ou de quando minha mãe lavava os meus cabelos e eu os secava ao sol. Lembranças de quando as preocupações, as ânsias e tudo mais, eram com o novo brinquedo, a escolha dos presentes de aniversário, natal e aquelas datas comemorativas.
Hoje, vejo que o tempo passou e, a idade só vai aumentando e com ela os problemas, os medos e as ansiedades. As preocupações e as responsabilidades que antigamente eu tanto fugia, agora elas estão aqui, caminhando ao meu lado e eu em busca de decepcionar a mim e aos outros. Eu, aqui, cada vez mais buscando a melhora em mim e no mundo. Crescendo e mesmo assim a mesma pessoa esperançosa e muitas vezes iludida com a mudança do ser humano. E hoje, quase aos dezoito me pergunto: Serei eu que terei de mudar? E que mudanças são essas que tanto busco?
É assim, a confusão com mais um ano e um ano de plena responsabilidade. A ânsia de saber que as coisas mudarão querendo eu ou não. Sabendo que as bonecas de antigamente não voltaram e que daqui pra frente à busca é por uma nova vida, uma psedo liberdade. Essas coisas todas que são impostas sem mesmo perguntar a nossa opinião. Normal. Confusa, calada, sentada à beira do fogo enxergando a menina de cabelos longos brincando de boneca e hoje, uma menina-mulher. E o tempo nem passou muito.
Dez dias para os dezoito e as piadinhas de sempre não fogem: “Tá virando gente grande” ou “Já pode ser presa”. E, realmente a minha preocupação não é essa, na verdade não uma preocupação com a maioridade e sim em como posso ajudar o mundo sendo maior de idade. E juro, um dia ainda encontro essa resposta e seguirei todos os meus planos. Estou ficando mais velha e como dizem aos quinze anos: Depois dos quinze, só vai... E, só vai mesmo! Estou aqui, chegando aos dezoito e foi um pulo!
O melhor que tenho a fazer é aproveitar esse tempo com pressa. Aproveitar cada idade, cada responsabilidade, ter limites e muitas vezes fugir dos limites. O tempo corre, a idade aumenta e as confusões perseguem. Os dezoito vêm chegando e o receberei com gosto de quem quer vencer mais uma etapa. E seguirei sempre em frente.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

a drop in your heart


Uma gota, um som.
Uma lágrima, um dom.

Uma vida de emoção, eu quero.
Tu não?

Sente a brisa, sente o tempo
A cada momento um riso, um choro, um canto, um ritmo
A cada instante a mudança
Minha e tua

Nosso ritmo solto ao vento.
Nossa vida misturada com morango e chantili, eu quero.
Tu não?

Um doce.
Um beijo, a voz e o teu riso
Meu som em teu peito
Bate suave e apaixona
Meu doce em teu corpo.

Meu eu em ti, a cada segundo,
A cada suspiro,
na tua respiração.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Caranguejo amante



Coisas de quem quer alguém por perto. Coisas de quem tem um coração carente. Coisa de quem ama demais. Coisas, essas todas enroladas em um pergaminho e mandado para mim. Sou esta, um milhão de coisas de amor misturado e com devaneio, até mesmo chegando ao extremo, sofro convulsões mentais de amor. Rolo, choro, grito, esperneio e finalmente, admito: eu amo demais. Sofro de uma doença inexplicável e incurável. Entendível e o que houver a mais para definir. Sofro de excesso de amor.
Sinto que amo o tempo que me envelhece e faz com que os dias passam depressa. Amo porque tenho a necessidade de simplesmente amar e levar comigo cada pedaço desse tempo voante. Passa-tempo, tempo que passa com passatempo de chocolate e um café à tardinha olhando o céu, quando vi já era noite. Passou o tempo e levou o dia. E eu o amo por isso, por levar os dias e trazer outros e levar o sol e trazer a lua. Eu amo essa rotação toda que me roda, me gira, me enlouquece, aquece, esfria. Eu amo demais.
Sinto que amo o vento, seja frio ou quente – eu o amo. Amo simplesmente por esfriar ou aquecer. Por fazer voar os meus cabelos curtos e eu sentir aquele ar de liberdade. O amo por não mentir e não fingir, pois o vento não nos engana e eu tenho loucura por isso. De um lado para o outro, frio ou quente, o vento não mente. Ou redemoinhos ou ventanias ou simplesmente a falta de vento. É incrível! A variação dele, as mutações e até mesmo o esconderijo. O vento é lindo, prazeroso, digno de um amor excitante, eu diria.
Amo tudo que está à volta, até mesmo os que não merecem. Amo porque somente o amor é capaz de causar mudanças. Amo porque somente o amor é a causa de toda a emoção do mundo. Eu amo o que não merece ser amado aos olhos dos outros, pois eu quero mais é que todo esse amor seja espalhado. Quero ver amor em todos daqui a Marte. Quero ver brilhar os olhos desses não merecedores. Somente assim a vida irá ter gosto de felicidade! Aos invejos, amor! Aos loucos, muito amor! Aos que amam mais amor e mais amor e mais amor! Desejo amor ao mundo inteiro. E com o amor à loucura! E a loucura aos amantes. Ousem!
Tenho esse jeito de amar, explosiva e sem limites. Gosto de exagerar e extravasar a minha loucura aparentemente escondida e de repente: AQUI ESTOU EU GRITANDO FEITO UMA LOUCA, AMEM! Sou assim mesmo, uma gota explosiva que causa, sim, uma tempestade em um copo d’água.
Romântica feita àquela rosa vermelha de dias dos namorados, e calma, como aquele lírio quieto guardado desde os dias das mães, porém sinto necessidade de muitas vezes me tornar algo mais notável pela extravagância e necessito levar emoção ao coração alheio. Canceriana. Típica de um caranguejo regido pela lua, com mutações fora de hora e principalmente com excesso de sensibilidade. Sou eu, essa que tenta levar a todos um sentimento maior, uma emoção e até mesmo um motivo maior à vida. Uma sonhadora que, quase sempre, foge de sua sanidade. Porém, mesmo fora de mim e timidamente corajosa busco entregar o meu melhor. E, de fato, o meu melhor está nos sentimentos, na emoção e nesse meu modo de seduzir tudo e pior, ser seduzida. O que me leva muitas vezes à ilusão.
É tudo assim mesmo, sou uma compulsiva amadora – amo demais e muitas vezes, até demais. Amo por todos e saio por aí doando amor, gritando amor, sendo amor e querendo mais amor nesse mundo de transições. Louca, cada vez mais! Amante.

domingo, 4 de julho de 2010

10 coisas em um homem



Primeiro: Que tenha uma malícia gostosa de sentir durante dias e noites e carregue consigo o meu cheiro, o meu gosto e as palavras sinceras que lhe digo. Tenha interesse em ler-me e não tente escrever em poucas linhas o que sou. Critique esnobe torture com greves de beijos, porém nunca ignore nem ao menos por um segundo. Que tenha humildade e paciência, contudo que tenha orgulho de si e de mim. Que me tenha consigo a todo instante mesmo que eu esteja a milhas e milhas distante.

Segundo: Com firmeza me tenha em seus braços e com mãos grandes acaricie meu rosto. E que seu corpo não interesse tanto quanto seu papo e com ele me faça cair aos seus pés. Perder a cabeça, esquecer o tempo e depois de tudo pedir um tempo, um segundo de carinho e que coma um chocolate napolitano e me faça uma massagem. Tenha cheiro de homem moderno, cabelos nem longos e nem curtos e principalmente que eu caiba exatamente em seu abraço, como se ele fosse um homem polvo.

Terceiro: Que seja atraente, cheiroso e tenha uma boca carnuda. Sorrisos de um lado ao outro e seja mais do que nunca gentil. Que me faça mulher e me faça quente. Não critique minha timidez e muito menos minha falta de vergonha, entenda minhas fraquezas e me peça um strip com gosto de tequila. Deixe-me ser quente e fria. Veloz e preguiça. Calma e nervosa. Deixe-me aos extremos, não gosto de sentir-me morna.

Quarto: Que com os olhos me coma, com os olhos me fale, com olhos entenda ou peça algo mais. Que me conte mentiras sinceras, que saiba fazer uma ótima surpresa e que me traga flores e me beije a todo manhã. Que sonhe comigo e diga com detalhes, que não tenha vergonha de suas fantasias e queria realizá-las comigo. Que divida desejos e realize sonhos. Que toque meu corpo inteiro e que eu sinta arrepio.

Quinto: Que me faça conhecer o que eu nunca havia visto e provado. Que me faça sentir livre e presa. Que me deixe solta e curiosa. Que quebre o gelo, abra latas, encontre o que perdi, acompanhe às reuniões e não me cobre. Que troque lâmpadas, mate baratas e não implique com os berros que darei ao vê-las. Que me faça cócegas, que conte piadas (mesmo que eu não as entenda), que me faça rir, dar gargalhadas até ir ao banheiro.

Sexto: Que eu possa rir, falar, gritar, chorar, me maquiar, me vestir, tomar banho e fazer xixi em sua frente. Que ele entenda a minha imperfeição e mesmo assim diga o quanto sou linda e que seja de coração. Que deite em meu colo e peça cafuné e quando eu cansar não diga: não pára, e sim: obrigada, linda e me dê um beijo. Que ele olhe para mim e pense: ela é quem eu quero junto comigo o resto da vida.

Sétimo: Que ele caminhe de mãos dadas e não solte nunca. Que me mostre o caminho mesmo quando eu estiver de olhos fechados. Que ele se lembre de mim aos seus amigos e não tenha vergonha de falar em mim. Que confie e acredite em mim e converse antes de dormir. Que durma colado em mim e mexendo os pés como eu.

Oitavo: Que não durma logo após fazer amor e que pergunte como foi. Que não peça permissão e confie em si. Que não tenha dúvida se gosto ou não e me beije a todo tempo. Que me abrace e fique calado. Que diga boa noite e bom dia sempre. Que nunca esqueça as boas maneiras nem ao menos quando eu for deselegante – sim, eu posso ser.

Nono: Que acorde ao meu lado e não tenha vergonha de estar descabelado, com mau-hálito e o que for, que me olhe e diga: eu te amo, mesmo que eu esteja escabelada, sem maquiagem e caindo de sono. Que seja gentil e adore a sua sogra. Que entenda a minha sensibilidade e as mutações. A TPM, os cinco minutos e o estresse diário.

Décimo: Que apesar de tudo isso, olhe em meus olhos e entenda cada detalhe de mim. Que seja ele mesmo e assim faça com que eu enlouqueça. Que ame o meu jeito de falar, cantar e até mesmo de ficar calada. Que tenha muita, mas muita paciência e faça com que eu aprenda tudo o que ainda não sei. Que morda, aperte e faça o que tem vontade e nunca diga que não sabe o que falar. Que seja meu e de mais ninguém. E que entenda a minha pseudo- modernidade.

E posso dizer que encontrei esse alguém detalhado em minhas ânsias e atenda as minhas supostas exigências à cima. Que encanta os meus olhos com a sua beleza e meu coração com seu modo de pensar e agir. Alguém que me têm por inteira e me torna uma pessoa melhor.
Posso dizer que sou feliz assim, com as nossas limitações e a nossa busca por crescer, juntos. Esse alguém que me conhece, me entende, me ama e me faz ser e sentir tudo isso que descrevi.
E quero dizer as gurias, esperem! Tenham paciência e acreditem tudo acontece ao seu tempo e existe sim a metade da laranja, um dia ele aparece!
E guris, até para ser canalha tem que haver sensibilidade. Quem muito quer acaba sem nada. Não brinquem com os sentimentos!

Coisas do coração


Essas coisas do coração enlouquecem. Isso tudo deveria ter remédio, ter cura, vacina e muitos tratamentos. Amar é coisa de louco. Ficamos cegos, surdos e muitas vezes mudo. O amor enfeitiça os olhos e o coração. O faz bater mil vezes mais aceleradamente. Nunca estamos satisfeitos, mas o amor fantasia essa insatisfação de maneira com que nem percebamos o que há em nossa volta e ficamos vidrados no amor, no sentimento. Faz bem quando nos põe a sonhar e faz mal quando começamos a sofrer. E sofremos intensamente, tanto quanto amamos. Mas, a verdade é que amamos muito, amamos a todos e a tudo. E queremos! O que é pior desejamos algo que muitas vezes não poderá ser nosso e sofremos em uma decepção que nós mesmos criamos. Acontece! É normal, mas quando acontece conosco nunca sabemos o que fazer. Acontece, novamente!
A verdade é que o amor é uma loucura boa, uma calma gostosa causada após uma explosão da paixão. E essa loucura, querendo ou não, acontecerá! É a natureza, e pessoalmente: que natureza boa! O amor leva-nos a sonhos e a realidade. Leva-nos a acreditar muitas vezes no irreal e trazê-lo para o nosso mundo. O amor traz-nos vida e nos revive quando mais necessitamos. O amor é pó largado ao vento espalhado ao mundo inteiro com esperança de nascer em todos os lugares do mundo. E mesmo sem ser ao mesmo tempo, nasce. Vive. Cresce e nos encanta. Faz-nos rir, chorar, cantar, gritar, sofrer e calar. O amor que ninguém sabe, ninguém entende, causa-nos sensações únicas. E se não for amor, ninguém sabe o que pode ser.
Eu desejo um amor tranqüilo, amor que quando nasce faça sentir desejo e carinho. Amor com respeito e atitude. Amor com malícia e entendimento. Desejo um amor intenso. Desejo um amor eterno – enquanto exista felicidade. Para eternidade não há definição, logo pode ser um momento. E desejo, que no amor todos os momentos sejam eternos. Desejo um amor imenso, que cegue e guie. Um amor com gosto de morango pimenta chocolate hortelã e tudo o que há de bom. Ardente, calmo e delicioso. Um amor que tenha fome e seja alimentado a cada dia. Um amor carente e nunca independente. Um amor que nos prenda aos beijos e nos liberte às palavras. Um amor que seja seu, dele e de vocês! Desejo um amor que tenha paciência e sempre alegria.
Eu quero e desejo, um amor que enlouqueça. Ferva e encante. Um amor único e de forma brilhante. Quero um amor que o tempo não seja a preocupação e que a felicidade seja a razão. Quero um amor que me cause emoção e brilho nos olhos. Um amor que seja puro e apimentado. Eu quero e eu tenho. Esse amor que me leva à loucura! Desejo o mesmo.

sábado, 3 de julho de 2010

Um pouco de mim em retratos

Recebi o convite de minha amiga linda, Lia, a demonstrar-me em imagens. Um pouco de mim em retratos e o que marcou a minha vida nesses quase dezoito anos.
Fiquei muito feliz em receber o convite e, lá vou eu!

Quem sou:
O que me faz sorrir:


O que me faz chorar:



Minha cor é:


O hobby:


Sonho:

Melhor lembrança:


Música é:


O livro:


Um filme:


Esporte:


Pecado:


Três lembranças fofas da infância:







Indico para todos que passam por aqui e gostam.

Beijos!








sexta-feira, 2 de julho de 2010

pedaço de bom caminho




Ouça: Encontrei a paz,
esqueci o mal, esqueci o tempo,
esqueci o distante e parei em ti,
parei aqui onde estás e ficarei!

Diga: Que em sonhos me quer,
que presente me ama,
que será tudo e mais um pouco
meu pedaço de bom caminho.

Ou não.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

brilhou um sorriso, pintou o amor


Um sorriso no rosto
um corpo, um cheiro
um gosto, um amor
repleto de desejo.

Um amor meu e teu,
uma vontade de vida,
uma vida que me guia
me ensina e fantasia

Meu bem, meu mal
minha fome e minha calma,
o destino em formas e gostos,
a vida em corpo de gente

Ao meu lado, à frente
atrás ou simplesmente distante
está em mim esse amor vibrante
está em ti esse meu desejo gritante.

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