''Fechar-se não está com nada , as pessoas são sempre o que de melhor existe .''
(Caio F. Abreu)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um drink com gosto de amor


Um toque e uma palavra. Ela ali sentada à espera do seu drink, com um tom de quem espera por uma palavra de consolo ou um abraço quente em plena noite fria. Ela com um riso escondido e uma rosa murcha em suas mãos finge estar tudo bem. Finge estar tudo alegre. Finge ser uma mulher contente – e era.
Quando os dias eram claros escondia-se sob o escuro e pedia a quem visse que não abrisse as janelas e muito menos as cortinas. Escondia-se do brilho, do sol e não se permitia sorrir. Fingia ser quem não é somente para encontrar um sonho de alguém. Não dela. Não era ela. Cabelos longos, claros e lisos; pele clara, rosada e sutil; jovem timidez surgia e aparecia por seus olhos cor de mel puxados para um tom de céu. Ela que mentia ao mesmo tempo em que sorria. Ela que de tão linda escondia-se por medo do amor.
Um drink forte e queimante que ela não nota. Desce rápido assim como o efeito. Ela dorme, finalmente, dorme. Em sonhos enxerga o caminho, em seus sonhos encontra uma paz e os pesadelos somem, torna-se nada em meio ao efeito repentino de uma dose. Uma dose de sentimento, uma dose de coragem – ou não, uma dose e mais uma e mais uma e mais uma de medo. Um medo que escurece, tinge e esconde a coragem, fantasia a vontade e ela o mata a cada gole. Ela toma, ela esconde, finge e engole sem sentir. Sem sentidos.
De um, foram mais, perdeu-se as contas. O efeito repentino do primeiro é lançado rapidamente aos vários outros como delírios absurdos de quem tanto quer aparecer. Assim, as janelas de sua alma que antes era escura abriram-se. Clareou. Sorriu. E mais uma vez fingiu e escondeu-se. Mais uma vez precisou de algo para poder sorrir e assim, ela não era contente. Ela não estava feliz.
Porém, apareceu alguém, um coração forte e sonhos claros. Com suas mãos fortes e um colo acolhedor pegou-a em seus braços e a tirou do escuro. Levou-a para um lugar em paz. Casas, pessoas, sóis, luas, rimas e cores. Ali sua vida mudou. Ali o deserto criou águas, os amores eram leves, o caminho era florido e sua alma era contente. Tudo isso era perfeito perto dos dias de angustia. E ela acreditava que tudo havia mudado, ela acreditou em sua vida de estrelas. E o céu, iluminou.
E assim, ela acordou e mudou todos os dias de sua vida. Um sonho muitas vezes leva-nos a loucura e a loucura requer que tenhamos medos e coragens. Sejamos durante todos os dias fortes. Em nossas vidas só haverá mudanças se mudarmos, do contrário a escuridão poderá permanecer. Ela aprendeu e assim, aprendeu a sorrir e viver em busca de felicidade. E o amor, a esse eu lhes conto depois.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

o sonhar



"Sair de cena
Eu vou voar
Cuidar de mim
Cuidar, cuidar
Cuidar de mim
Por mim não dá."
(Paula Lima)

O vento soprou,
a brisa levou
o medo
a angustia
e ela sonhou
chegou e lançou
as mãos para o céu
e finalmente
sorriu.

Menina
bela
mulher
fera
uma sede
uma paz
uma raiva.
Uma mulher
com fome de gente.

Com fome e sede
daquelas palavras
de amor
de calor.
Sede de gente
de verdade.
Sede de liberdade
de libertar
de sonhar e acreditar.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O que preciso ouvir


Tem gosto de calma que quando explode delicia do céu da boca ao céu azul. Tem cheiro de rosa branca, flor-de-maio misturado com Egeo Dolce. Um tom de romance misturado com desejo. Tem desejos e saudades, é mutável e cosmológica. É doce como bala de goma e azeda como aquele limão misturado com vodca dos sábados. À noite ilumina sua alma como alguém abaixo do refletor. Ela é assim, tão ingênua e insensata; tão ela, tão pura e puta; tão bela e feia; tão Maria, tão Julieta e tão Chanel.
Some durante a noite em seus sonhos e tem vontade de sumir também na realidade. Acorda com impaciência e implora, muitas vezes, por um pingo de indecência. Doce, linda e encanta o céu por onde passa. As ruas tão pequenas perto do seu olhar imenso mirando o horizonte e esperançosa com a mudança. Os rios que banham a região dos seus pés passam e a levam junto buscando encontrar novos afluentes e novos amores indecentes, impuros, imperfeitos e conturbados. Amores reais sem sonhos e fantasias, isso tudo ficará para depois. Um sorriso largado ao vento que vem e vão, redemoinhos de paixões e contradições. Assim o tempo se vai, os olhos brilhando e o desejo está próximo do real. Assim a doce moça dos olhos como amêndoas vai vivendo, sendo e crendo.
Quando uma gota de intolerância escorre em sua alma, queima. Ferve seus olhos, ferve seu sangue, mas não fere seu peito, não muda a essência, não esquece o tempo e muito menos o aprendizado. É simples, tem sotaque marcado dos farrapos e o sangue quente de uma guerreira. Um mate amargo é água pura. Um xote carreirinho é o balanço das ondas. A vontade de liberdade é histórica, é clara e uma busca diária. Ser livre, cantar e voar. Ser canto, livre e voando aos quatro ventos, aos céus estrelados e buscando a brisa fresca que aquieta a alma. A alma é eterna, a razão é eterna e a minha busca caminha junto, eternamente.
Ah! Ela é um encanto quando está aos nervos, ela é linda quando seu rosto franze e gostosa quando limpa a casa. Ela é mulher, é gata leoa pantera, é um sonho e pesadelo insistente. Traz-me o riso, o choro, o cheiro, o gosto; traz-me a calma, a paz e o tormento. Em minha vida causa terremotos. No céu de minha boca faz nascerem estrelas. Ela é tudo o que eu gostaria de encontrar. E encontrei.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Lembre-se


Um dia ou dois até vai, passa a dor dessa alma. Passa o ressentimento e até acontece de esquecer por segundos - um ou dois talvez, mas eu sempre lembro. Sempre que respiro, rio ou simplesmente paro, lembro a tua face cor de ar – meu ar. Que de falta ainda há de matar essa existência de mim em mim. Falta essa que durante a noite incomoda e não aquieta, cansa e até desperta a vontade de ter-te junto. Ter-te.
Aos sábados lembro, aos domingos espero e as semanas eu rezo. Rezo para não lembrar ou para sentir, para que passe ou simplesmente retorne, para que não doa ou simplesmente aconteça – eu rezo e nada calma imploro um beijo, um colo ou o que seja. Eu espero nem que seja uma palavra ao contrário, um olhar mau-olhado ou um beijo não dado. Eu espero que entendas o meu passado e presenteie os meus carinhos com trocas de presente e futuro. Eu peço a mim mesma que não aconteça nada de errado e eu choro pensando no que não há e o que poderá ser.
Faço das minhas palavras um escudo, uma vida de detalhes e liberdade que não vejo como acontecer aqui. Aqui o mundo é frio, a dor machuca e a saudade mata. Mata as esperanças e o medo inunda os pensamentos. Sem ti tudo é vazio, não vês? Senti que sem ti minha alma morre. Sem ti o sentir é banal. Sem ti não há um sentir e quiçá haverá um dia o amor. Sem ti.
Dos meus sentidos estou farta, dos medos e vontades que me rondam e não vivem, estou cheia. Com dores, com cicatrizes e marcas que somente tu poderás tirar. Ouço tua voz e sinto o perfume que usavas aqui comigo e as lágrimas se formam em rios. Sorrio, disfarço e minto. Tudo rola e quanto mais eu tento mais eu enrolo esse sentir distante-presente. Amor ontem e agora que irrita, queima e mata. E de tanto ser insistente vive a cada instante um recomeço distinto e um beijo sonhado, ritmado e desejado. Esse amor é teu, é meu e nosso – sempre será.
Peço, ouça os sussurros. Ouça tudo e lembre-se de mim. Lembre-se de nós!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

amor camaleão


a cor dos olhos mudou
castanho-verde-azul
cor de esperança, lacrimejou
ela cheia de vida dançava
à beira do rio, só com seus sonhos
esperava o novo amor, a nova cor
que faria os olhos brilharem
de tanto amar preto ficou
e ela, uma doida, queria o colorido
buscava as cores da vida,
buscava sentir no estômago
aquele friozinho, arrepiando o corpo,
pintando a vida, os dias,
pintando o envolvimento dos olhos
à boca, da boca ao corpo,
do corpo ao coração.
Pintado ou não,
seu, meu, nosso castanho-verde-azul
amor camaleão, amor de sim e não,
amor que não passou e durou,
o nosso sempre amor
colorindo de vida os olhos dela,
moça bonita.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Até o fim


É um sentimento forte, imenso e dói. Arde no peito à saudade que me invade e por mais que eu tente o esquecimento me é improvável. Impossível. Lembro-me a cada instante um riso teu escondido por entre os escuros de casa, invade-me o peito essa lembrança dos teus risos, abraços e delírios que tinhas ao olhar-me de leve, marcante e dando-me a sensação de tua. Uma noite ao vento frio fixamente observando o céu imagino o teu olhar que nessas noites aqui me miravam encantados. Tão meus e nossos esses olhares entre um e outro. Entre nós e o tempo, entre o beijo imaginário e o amor que invadia a alma de cada um.
Os meus risos hoje em apagão devido à falta dos teus cobram-me atitude e pedem-me o teu lábio. Não há riso sem encanto e muito menos encanto sem teu amor, sem tua presença e o teu cheiro de quem me quer. De quem precisa do meu abraço e de quem eu tanto necessito para sorrir. Um amor repleto de devaneios e desafios; um amor com intensidade de anos; um amor com paixão; uma mistura minha e tua, um fogo e uma calmaria. Uma vida de verdade, um mundo de nós. Feito para nós.
Eu perdi o encanto, esqueci os sorrisos, passou os delírios. Faça voltar! Faça cantar os pássaros em mim! Faça com que as borboletas voltem ao meu estômago causando esses arrepios que tanto havia antes. Faça de mim uma felicidade, faça de mim a tua. Faça com que esse amor de sempre persista e faça, principalmente, com que não termine. Seja terno, porém sincero. Seja nosso e do nosso modo, seja do jeito que inventarmos. Tenha nossa cara, nosso corpo, nossa alma. Tenha a verdade que insiste em tomar conta de nós dois. Tenha esse desejo que ascende e o tempo nunca apaga. Tenha tu e eu. Juntos em um só.
Assim meu apelo é que me tenhas sempre aí, guardada, calada e escondida, mas que eu esteja sempre ao teu lado, sempre dentro de ti. Estando em teu coração saberei o quanto está vivo esse amor, essa vontade de amar. Em ti vou viver, vou rir. Em ti, somente. E jamais negarei, esconderei e omitirei esse desejo de te amar. Jamais deixarei por detrás dos ventos, jamais o deixarei a lado e seguirei acreditando até o fim. Vou levar-te comigo aqui, ali, aonde quer que seja. Estará em mim o teu cheiro e comigo sempre estará o teu sorriso, guiando-me aonde eu for.

terça-feira, 15 de junho de 2010

imaginário


Esse meu segredo,
esse meu amor imenso
dividido em real e um sonho,
enobrecem minha alma,
torna-me livre, um imaginário.

Sou uma luz no fim do túnel,
do teu, és minha luz de vida,
de sonho, encanto e razão,
és mais que um simples sentido,
és o brilho dos meus olhos.

Mirando o teu sorriso,
pedindo teu abraço e um olhar
simples com gosto de desejo.
Implorando teu carinho, o colo,
a vida que somente tua pele me dá.

E sigo assim, sem rumo,
somente à espera
de um novo, do novo, de mais
mais amor, mais paixão,
à espera desse olhar.

domingo, 13 de junho de 2010

Lia


Hoje postarei aqui o poema Lia, feito para Lia Araújo, uma pessoa que "conheci" através de seu blog Amar-te-ei até ao tédio. Uma pessoa maravilhosa e que sempre tem algo a nos dizer, seja por meio de músicas ou por seus poemas e desabafos.

(Quem a conhece sabe a intensidade do poema e os que não a conhecem, passem em seu refúgio e vejam.)

Aí está:

Lia, linda
Sutil, encanta a vida
de quem a lê em linhas
simples de um lugar
qualquer, de sonoridades
faz-me viva e ilumina
os dias de monotonia

Com rimas
ou simples letrinhas
faz brilhar estrelinhas
no céu, no mar, na vida
de quem a tem perto
de quem não a tem e quer
para enfeitar e brilhar

O caminho distante
de um amor inconstante
dos pensamentos ofuscantes
e dos seus dias, rotina,
dos pensamentos de longe
que nos tornam crescente
nos guia, nos ria, encante

Lia, três sílabas
rimantes de vida
rimantes de dia
que passa e nos deixa
em pequenos versos
as angustias e os medos
que a machucam por inteiro

Lia, linda
fascina, instiga,
encanta, ilumina,
uma vida de letrinhas,
um caminho para amar
e ainda sim viva e
nos traz vida.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

desejo o mesmo


sem regras escrevo
sem farsas vivo
e com sentimento
intenso, eu amo

faço da vida o som
o dom o canto e o encanto.
Gosto do tempo que passa
marca volta e lembra

a lua ilumina a alma
enlouquece e acalma
envaidece e ascende
essa libido, essa tara

minhas regras são delírios
minha ordem é os sentidos
eu expresso o que sinto
com alma e o desejo

não finjo o apego
não minto entendimento
e não quero desprezo,
quero vida, quero apreço

quarta-feira, 9 de junho de 2010

os olhos de uma verdade


"A verdade é nua e crua,

incomoda e machuca,

fere o coração de quem a teme,

fere a alma do descontente."

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Após a lua, nós


Nos teus olhos encontrei o caminho, o silêncio que minha alma buscava, a paz que meu pensamento esperava e as turbulências que nossa paixão causava. Em ti encontrei aquilo tudo que esperava de alguém e um pingado de algo a mais para completar o pacote desse amor louco; amor de antes, de hoje e depois. Amor que eu nem desejo ter palavras para explicar, amor que quero deixar sempre aqui, à espera de mais, buscando mais e querendo mais. Quando senti o arrepio de tuas enormes mãos tocarem a minha face delicada e rosada repleta de timidez, causada pelos olhares vindos de ti, gelei. Quis ter-te sempre perto, ao meu lado de mãos dadas caminhando pelo sol do inverno frio. Quente de amor. Ao teu lado o frio tornava-se passagem, nem o sentia. Ao teu lado os lábios eram sublimes, inquietos por um beijo e as mãos que acariciavam os teus cabelos negros aloirados eram as minhas, essas mesmas que por instantes inquietas batucavam pelos cantos a procura da tua pele para tocar, sentir, acariciar e não a tinha. Senti, doeu, chorei e cresci. Crescendo fiz-me forte e ingênua, sempre, apesar de contraditória sempre em mente os teus abraços de polvo e o teu sorriso com os olhos. Apaixonante.
Hoje a beleza está no abrigo que busco e não encontro, no quente do teu corpo que busco e não encontro. Hoje o dia está fosco, frio e as cores que busco estão no teu olhar. Miragem. Viagem. Vontade. Momentos de uma vida passada, de um instante direito em que tudo não me era às avessas. Avessa, mudada, de um lado a esperança e de outro a ânsia. Uma louca por amor, por sorrisos e cores que tanto questionam existir em mim. Não minto, estou em preto e branco, estou em pleno inverno com frio, e atordoada. Porém, estou viva, límpida e contente apesar dos falsos sorrisos largados por aí. Estou à busca do meu eu. À busca daqueles sorrisos próprios, internos e gritantes que há em mim e para mim. Somente assim, aqui dentro de mim, encontrarei essa paz que busco para que então eu possa viver novamente um atordoado, esperançoso e adoidado amor. Pode ser que depois de mim, eu ame. Pode ser que depois das cores que se soltará de mim, eu viva. Colorindo os meus dias, teus, nossos. Mas, eu estou aqui, para mim. E depois, nós. Depois de mim. Equilibrando.
Impulsos largados e essa minha ansiedade estão aprendendo a ficar caladas (um pouco, pelo menos) para que assim eu consiga acreditar em mim, nos meus sonhos e para que eu possa torná-los real. E vou, acredito. Com minhas mandingas, minhas maneiras de depositar força em mim mesma e nesses meus pensamentos sem entendimentos alheios, eu vou conseguindo manter o sorriso no rosto.
Com as lembranças fazendo mais um poço de esperança e com a felicidade dançando em pleno parque à madrugada. Ao outono dos meus amores, das minhas frases, dos meus delírios; volte. Ama-me calmamente com teu calor de primavera e esse frio de inverno. Ama-me baixinho, calado e terno. Ama-me e deixe com que eu te ame assim, equilibrando os sentidos e extravasando sentimentos, desejos e inquietudes. À noite dos meus prazeres, aquieta-te, deixa-me viver a calmaria por instantes. Entrega-me o café de insônia e aceite os meus escritos distintos e contraditórios. Aceite os meus brilhos, minhas fases, minha vida que em ti torna-se mutante e contente. À lua que me rege, faz-me manter o equilíbrio, faz-me ter essas fases, mas que eu possa sorrir e chorar de alegria e esqueça um tanto desses amargos da vida. Ilumina. Encante e faça-me brilhar.
E quando tudo isso acontecer, venha cá amor doente. Amor contente. Amor de uma vida inexistente e que mesmo assim permanece presente. Venha e doa-me os beijos, pois aí sim terei o caminho certo, o modo certo e o beijo perfeito para nós dois. Depois de tudo eu pedirei mais amor. Mais paixão. Mais emoção. Mais nós dois!

sábado, 5 de junho de 2010

hoje, falem por mim

Hoje sou palavras de outros
Sou Clarice, Tati, Caio e uma mistura
daqueles dias em que nada me vem
nada e nem ninguém.

Hoje a Gata Borralheira sou eu
Hoje sou o Lobo Mal
Hoje me falta palavra
E sobra o choro

Hoje vocês não agüentam
o que escorre de mim;
Hoje vocês me matam
eu me mato e aos pouco, acabo

Hoje quero o mundo, quero tudo
e nada que tenho me sorri;
Hoje a vida é pouca, o riso contido
é chama do próximo abrigo

Amo o meu brilho quando existente
Amo a minha paz quando presente
Porém, hoje os meus sentidos
são só a falta dos meus delírios

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Encontrar-me-ei aqui


Desligada, sem ritmo e cores. Desculpem os meus desamores ou como digo: a pressa dos amores. Desculpem se o brilho aqui está perdido. Entendam a falta do meu riso, entendam a minha fome por abrigo. Desejo. Carinho. Sincero e com força. Com dança. Com cor de rosa, vermelho sangue; paixão deveria ser. Faltam-me palavras para dizer o quanto são necessárias a mim essas paixões vai e vem. Não pelo fato de serem vai e vem e sim por serem fortes, marcantes, com a pegada certa de quem me quer. Estou em prantos pedindo um canto, fora desse meu refúgio limitado em letras, imagens e sonhos irreais. Quero mais, entendem? Quero o apego novamente, a vontade de seguir em frente e tocar a vida com cores. Com rimas de amores.
Eu diria que sou à busca diária de algo que só em meus sonhos tornam-se reais. Acreditam? Eu sou uma sonhadora, vinte e quatro horas do meu dia, sonhando e desejando. Eu busco encontrar nos olhos de quem vejo todos os dias, olhos de alguém que me encante por inteiro. Que arrepie os meus pêlos do pé até a cabeça. E não encontro alguém assim. Quero sumir, ser sozinha, ser fiel somente a mim. O que eu não tenho conseguido ser. Traio os meus desejos, valores e sonhos quando compartilho com alguém opostamente racional e emocional a mim. Traio a mim mesma quando me entrego inteiramente a quem não saberá entender os acontecimentos deste meu coração – bobo, por sinal. Traio os sentidos que me guiam e me dão forças, sentidos que acredito, tenho fé e persigo, quando os entrego para alguém que também possui sentidos e fé, opostos aos meus.
O elo que há entre meu emocional e racional são distantes. Possuem ligações que eu desconheço. Não sei lidar. O emocional manda nos meus sentimentos, nos atos, nos pensamentos e até na falta de tudo isso. O racional vai embora, me larga, me deixa aqui sozinha perdida no que mais desejo ou no que mais me faz sorrir. Pior, imaginem, quando vêm os dois juntos, desejo com o que me faz sorrir. Fico tonta, sem saber que caminho seguir. Ironia. Ninguém entende o que se passa nesse coração adoidado, louco à espera de um novo encantamento. Encantador. Seja rápido, seja um lapso, seja falso, seja amor, seja paz, paixão, calor, seja o que for, mas seja! Por favor, seja! Seja um caminho novo para seguir, um novo beijo, um novo abraço, um novo tudo – tudo em ti! Que embriague o meu ser, por inteiro. Sem metades.
Serei amores até o fim dos meus dias, serei fé e esperança mesmo que os dias acabem com todos esses sonhos que possuo. Acreditarei na melhora, na minha vida e principalmente que meus sonhos poderão viver. Ingênua e um tanto imatura. Serei uma mulher perdigueira, como diz Fabrício Carpinejar, não somente para um homem que há de reclamar como todos os outros, entretanto para mim mesma, serei! Cobrarei a mim, sentirei ciúmes de mim e que assim eu sempre dê valor a mim. Primeiramente sempre a mim. Não quero outros olhos meio abertos e meio fechados e uma voz grossa mandando dizer sim, não ou talvez. Quero dizer sim quando desejo. E não quando preciso. Me quero! E espero que eu consiga ser sempre assim. E as cores? Ah, essas voltarão! Ainda irão colorir o meu riso, espantar essa minha falta de abrigo e dar vida os dias que tanto temo.
Só espero, por fim, que a companhia do café e das palavras jamais me falte. Que as letras soltem de mim dando-me paz. E o café? Ah! Esse que seja amargo e quente para esquentar o clima aqui dentro de mim.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sem rumos, risos e fatos. Sem escolha.

Do céu ensolarado ao estrelado e tudo tão belo quanto o sorriso que imagino em teus lábios. Meus dias belos e radiantes tornaram-se estressantes e entediantes. Completamente fora de mim estou em prantos. Internamente sem motivos para radiar. Sorrir. Colorir os teus rastros deixados com um adeus desesperado de quem gostaria de amar. Ficar. Sonhar. Estou aqui jogada na sala de estar, à espera de uma ação repentina de coragem; que me falta. O que antes era correria e maçante, hoje é necessidade. É a busca por um riso contido no meio das minhas correrias. No meio de meus dias atarefados e sem tempo. Assim eu encontro um pingo de felicidade. O que antes eu pensava que fazia bem, hoje me tira o sono. Fico desolada e quem rodeia os meus dias, não entende. Não busca entender e eu finjo que tudo se vai. Que tudo evapora com uma simples gota de água quente. Triste. Não entendem os medos e as vontades. Fico muda, choro e escondo os meus sonhos. Minhas fantasias e minhas necessidades de estar sozinha. Sou gota fria em meio ao mundo quente que rodeia os meus olhos amendoados. Sou cega quando vejo e finjo não ver os olhares na rua. Não quero ser lembrada, não agora! Estou fora de foco, de forma, de risos. Estou fora de mim, de ti, de nós. Estou em desespero. Não grito e nem rio. Simplesmente fico como Deus quiser. Comigo apenas o brilho nos olhos e um aperto no peito. Brilho de quem trás consigo uma esperança imensa perto desses desabrigos que me vejo escondida. Aperto em meu peito por pensar que nada poderá mudar e continuará assim, sem rumo, sem fundo, sem fim. Perdida dentro dos pensamentos que me rondam, eu sorrio querendo chorar e ninguém vê. E se veem, fingem não ver.
Nesse meu esconderijo, nessa minha falta de abrigo, penso tanto nesse teu sorriso que extravasa os meus dias, que me bebe assim sem limites. Que me esnoba, porém me guia. Dá-me forças e também vertigem. Nessas horas em que o choro me enrola, o nó na garganta esgana e força esses desabafos com pressa. Com força. Com gritos de uma alma em silêncio. Aqui, não minto sentimentos. Aqui, eu sou o que invade o meu peito e grito o que necessito para viver em paz comigo mesma. Aqui, eu sou o que os outros não permitem que eu seja. E aqui, eu vivo e sinto e brigo e brinco e amo e existo. E tenho-me completamente minha. Aqui a liberdade é o meu caminho, os risos não são contidos e as lágrimas rolam soltas como os meus dias. Aqui eu vejo uma luz no fim do túnel e aqui eu posso ser feliz. No momento, somente aqui. Onde as mentiras ficam encobertas; irrita. Onde os risos somem, fogem, mentem; choro. Onde tua boca não cala minhas lamúrias; finjo. Onde os brilhos dos meus olhos se acabam; tristeza. E ainda estou. Aqui, à beira deste abismo que aparentemente não tem fim. Só depende de mim. Os meus olhos lacrimejantes por aqui esperam sorrisos e olhares-desejos. E fome, e sede, e sem medo de tomar o meu amor por inteiro. Estou intensamente. Sou.
Com todo o meu desabrigo fico aqui mesmo sem rumo. Perdida no espaço enorme existente entre o sonho e a realidade. Sinto-me deixada de lado por mim mesma e sem respostas, sem abrigo e sem palavras, fico. Assim vou vivendo mesmo que estonteada, somente à busca de um novo momento. De um novo sorriso com vontade de viver e ser alguém com rumo diferente. Minhas palavras secaram, pararam, foram embora, fugiram. Não me aguentaram mais.

terça-feira, 1 de junho de 2010

nosso destino


deixa de lado tudo isso
te imploro é tão simples
vem me dá abrigo
preciso tanto desse sorriso

do toque, do cheiro, desse jeito
de olhar nos meus olhos
e sentir esse desejo
esse amor tão intenso

que invade nosso peito
nos enche de risos
nos dá esperanças
motivos, sentidos.
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